sábado, 25 de outubro de 2014

O meu voto em Dilma no 2º turno de 2014

O meu voto na Presidenta Dilma não está livre de todas as críticas que fiz e continuo fazendo ao Governo do PT. Entretanto, essas críticas se assentam muito mais às pautas deixadas de lado por esse governo, como a reforma agrária e política, ou o avanço nos direitos indígenas, das mulheres e da comunidade LGBT, do que ao vírus antipetista que tem ganhado largas proporções em nossa sociedade. Reconheço as transformações promovidas pelos últimos três governos de Lula e Dilma, por que dirigem-se ao ideal de maior valor para mim: a igualdade. Quanto à corrupção, concordo com Marcelo Freixo, de que trata-se de um problema estrutural, e, portanto, não deve ser tratado como um problema de comportamento, individual, específico de uma pessoa ou um partido. É preciso tratá-lo de uma forma séria e sistêmica, o que demanda uma ampla reforma política, com ampliação da participação política democrática e o fim do financiamento empresarial das campanhas.

Por tudo isso, Aecio e o PSDB não podem representar uma solução para a corrupção, por que esta está arraigada em sua lógica de atuação. Foi assim nos governos tucanos, em nível nacional e estadual. Nós mineiros sabemos bem (mesmo sem deixarem nossa imprensa nos dizer). Aecio representa o retrocesso. Representa o controle da mídia, as privatizações, o uso da máquina pública em seu próprio interesse.

Mas, mais do que isso: Aecio defende propostas inaceitáveis! Dentre elas, eu poderia destacar a redução da maioridade penal, a privatização do sistema prisional, com a instituição das PPP's (como em Ribeirão das Neves), a implementação de um sistema "meritocrático" na educação pública e o realinhamento da nossa política externa ao Norte global, sobretudo aos Estados Unidos, o que representou, durante toda nossa história, uma feroz subordinação a seus interesses. Essas proposta lhe apresentam como o candidato do fim do combate a desigualdade, como o candidato da opressão, da restrição de direitos, do fim das garantias e liberdades. Aecio tem como aliado os mais nefastos representantes do conservadorismo brasileiro, como os deputados federais Marco Feliciano, Jair Bolsonaro e Silas Malafaia, que defendem o que há de mais retrógrado e violento  em matéria de direitos humanos, das minorias e da diversidade e à laicidade do Estado. Aecio também não assinou a carta de compromisso redigida pela Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, em claro comprometimento aos setores ligados ao agronegócio, que perpetuam essa prática em nosso país.

A vitória de Aecio significa o triunfo de projeto elitista e conservador, pouco democrática, que tem como prática o esvazeamento e a criminalização dos movimentos sociais. Além disso, o olho na história nos faz lembrar da falta de compromisso com a educação superior e o sucateamento das universidades federais, a economia em queda e a adoção de políticas neoliberais, o alto desemprego, os baixos salários.

Voto em Dilma de forma bastante crítica, posicionando-me à sua esquerda, em oposição. Mas reconheço o país que vivemos hoje, muito melhor do que o deixado por FHC em 2002. Meu voto nesse segundo turno, que no primeiro foi muito bem depositado na Luciana Genro, é um veto contra Aecio e sua forma de fazer política, da qual eu jamais poderia compactuar. Por dizer não ao retrocesso, vou votar #Dilma13 e não deixar que o candidato mais leviano e mentiroso da história deste país levante o dedo para nós e nos cale diante de toda a sua injustiça.